O Vampiro de Melrose Abbey foi outro caso famoso de vampiro
real. Presente nas crônicas de William of Newburgh (escritor do século XII),
este vampiro costumava assombrar a Abadia de Melrose, na Inglaterra.
Em seus relatos, Newburgh conta que tudo começou com um
padre que se descuidou de seus votos sagrados e seu ofício para se dedicar às
atividades imprudentes. Após sua morte, o padre teria saído de seu túmulo para
visitar a clausura do mosteiro. Não tendo sucesso em suas tentativas, passou a
vagar pelas redondezas conseguindo chegar até a cama da senhora de quem tinha
sido capelão. As visitas foram muitas e a senhora resolveu informar os acontecimentos
aos irmãos do mosteiro.
Os irmãos decidiram montar uma vigília durante a noite no
cemitério onde o padre havia sido enterrado. Um dos monges, enquanto montava
guarda, viu o padre morto sair do túmulo e caminhar em sua direção. Com medo,
acertou um golpe de machado em sua cabeça e o obrigou a voltar para o túmulo.
Misteriosamente a terra se abriu para o morto e fechou-se sobre ele. O monge
contou o ocorrido aos irmãos que resolveram averiguar o cadáver na manhã
seguinte.
O caixão foi aberto,
o cadáver estava banhado de sague e com o ferimento na cabeça causado pelo
machado do monge. O corpo do padre foi queimado e suas cinzas espalhadas.
“É bem verdade que – e sei perfeitamente disso –, a menos
que fossem apoiadas por muitos exemplos de casos ocorridos em nossos dias e
pelo irrepreensível testemunho de pessoas responsáveis, que esses fatos não
seriam críveis, isto é, que os corpos dos mortos pudessem levantar de seus
túmulos, revitalizados por alguma força sobrenatural, andando para lá e para
cá, causando alarde ou em alguns casos até matando os vivos e, quando
retornassem às suas covas, estariam abertas para recebê-los”. (William of
Newburgh)
Fonte:
MELTON, J. Gordon. O Livro dos Vampiros: A Enciclopédia dos
Mortos-Vivos. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2003.