terça-feira, 31 de julho de 2012

O Mapa



São muitos os caminhos a percorrer, é preciso caminhar em muitos para encontrar o seu.
Tropeçar em cada pedra e chutá-la para longe, mas cautelosamente para que não reapareça adiante.
Escrever cada página com sangue e amor, momentos bem vividos e inesquecíveis, pois chegará o tempo das lembranças.
Se encontrar um amor eterno guarde-o com muito carinho em seu coração.
Mas se encontrar outros tantos, apenas tire de cada um alguma lição.
E olhe através de sua janela, há algo além que precisa descobrir...


Penélope Luzi




quarta-feira, 25 de julho de 2012

Brumas




A vida sempre lhe pareceu um estorvo, um caos constante e impetuoso.
Neste viver fatigante sendo a metade de uma criatura suficiente para nada refletir.
Longe se perde, o borrão na multidão sentindo a dor de existir.
Desejou ser apenas espectador da história de outrem, distante, mas atento.
Anjo aflito... Há um instante exato onde toda desesperança cessará.
E o infinito consolo a ti encontrará.

Penélope Luzi



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Fanatismo - Florbela Espanca



Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
“Tudo no mundo é frágil, tudo passa...”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!...”

Florbela Espanca - Livro de Sóror Saudade



sexta-feira, 20 de julho de 2012

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O Vampiro de Melrose Abbey


O Vampiro de Melrose Abbey foi outro caso famoso de vampiro real. Presente nas crônicas de William of Newburgh (escritor do século XII), este vampiro costumava assombrar a Abadia de Melrose, na Inglaterra.
Em seus relatos, Newburgh conta que tudo começou com um padre que se descuidou de seus votos sagrados e seu ofício para se dedicar às atividades imprudentes. Após sua morte, o padre teria saído de seu túmulo para visitar a clausura do mosteiro. Não tendo sucesso em suas tentativas, passou a vagar pelas redondezas conseguindo chegar até a cama da senhora de quem tinha sido capelão. As visitas foram muitas e a senhora resolveu informar os acontecimentos aos irmãos do mosteiro.
Os irmãos decidiram montar uma vigília durante a noite no cemitério onde o padre havia sido enterrado. Um dos monges, enquanto montava guarda, viu o padre morto sair do túmulo e caminhar em sua direção. Com medo, acertou um golpe de machado em sua cabeça e o obrigou a voltar para o túmulo. Misteriosamente a terra se abriu para o morto e fechou-se sobre ele. O monge contou o ocorrido aos irmãos que resolveram averiguar o cadáver na manhã seguinte.
 O caixão foi aberto, o cadáver estava banhado de sague e com o ferimento na cabeça causado pelo machado do monge. O corpo do padre foi queimado e suas cinzas espalhadas. 

“É bem verdade que – e sei perfeitamente disso –, a menos que fossem apoiadas por muitos exemplos de casos ocorridos em nossos dias e pelo irrepreensível testemunho de pessoas responsáveis, que esses fatos não seriam críveis, isto é, que os corpos dos mortos pudessem levantar de seus túmulos, revitalizados por alguma força sobrenatural, andando para lá e para cá, causando alarde ou em alguns casos até matando os vivos e, quando retornassem às suas covas, estariam abertas para recebê-los”. (William of Newburgh)


Fonte:
MELTON, J. Gordon. O Livro dos Vampiros: A Enciclopédia dos Mortos-Vivos. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2003.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Almas e Corações

Quantos somos hoje os que não choram?
Em nossa fortaleza nos escondemos, firmes diante da dor.
Fiéis as nossas missões, distante de nossos desejos,
Brindamos com sorrisos e deitamos com a angústia.
Pecadores por herança, sem nem mesmo desfrutar do pecado.
Vítimas do desprazer alheio, sombras pertencentes a uma única escuridão.

Bendita a morte que se mostra amiga das almas mal curadas,
Destino certo dos corações que não choram.

Penélope Luzi


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