terça-feira, 31 de julho de 2012

O Mapa



São muitos os caminhos a percorrer, é preciso caminhar em muitos para encontrar o seu.
Tropeçar em cada pedra e chutá-la para longe, mas cautelosamente para que não reapareça adiante.
Escrever cada página com sangue e amor, momentos bem vividos e inesquecíveis, pois chegará o tempo das lembranças.
Se encontrar um amor eterno guarde-o com muito carinho em seu coração.
Mas se encontrar outros tantos, apenas tire de cada um alguma lição.
E olhe através de sua janela, há algo além que precisa descobrir...


Penélope Luzi




quarta-feira, 25 de julho de 2012

Brumas




A vida sempre lhe pareceu um estorvo, um caos constante e impetuoso.
Neste viver fatigante sendo a metade de uma criatura suficiente para nada refletir.
Longe se perde, o borrão na multidão sentindo a dor de existir.
Desejou ser apenas espectador da história de outrem, distante, mas atento.
Anjo aflito... Há um instante exato onde toda desesperança cessará.
E o infinito consolo a ti encontrará.

Penélope Luzi



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Fanatismo - Florbela Espanca



Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
“Tudo no mundo é frágil, tudo passa...”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!...”

Florbela Espanca - Livro de Sóror Saudade



quarta-feira, 18 de julho de 2012

O Vampiro de Melrose Abbey


O Vampiro de Melrose Abbey foi outro caso famoso de vampiro real. Presente nas crônicas de William of Newburgh (escritor do século XII), este vampiro costumava assombrar a Abadia de Melrose, na Inglaterra.
Em seus relatos, Newburgh conta que tudo começou com um padre que se descuidou de seus votos sagrados e seu ofício para se dedicar às atividades imprudentes. Após sua morte, o padre teria saído de seu túmulo para visitar a clausura do mosteiro. Não tendo sucesso em suas tentativas, passou a vagar pelas redondezas conseguindo chegar até a cama da senhora de quem tinha sido capelão. As visitas foram muitas e a senhora resolveu informar os acontecimentos aos irmãos do mosteiro.
Os irmãos decidiram montar uma vigília durante a noite no cemitério onde o padre havia sido enterrado. Um dos monges, enquanto montava guarda, viu o padre morto sair do túmulo e caminhar em sua direção. Com medo, acertou um golpe de machado em sua cabeça e o obrigou a voltar para o túmulo. Misteriosamente a terra se abriu para o morto e fechou-se sobre ele. O monge contou o ocorrido aos irmãos que resolveram averiguar o cadáver na manhã seguinte.
 O caixão foi aberto, o cadáver estava banhado de sague e com o ferimento na cabeça causado pelo machado do monge. O corpo do padre foi queimado e suas cinzas espalhadas. 

“É bem verdade que – e sei perfeitamente disso –, a menos que fossem apoiadas por muitos exemplos de casos ocorridos em nossos dias e pelo irrepreensível testemunho de pessoas responsáveis, que esses fatos não seriam críveis, isto é, que os corpos dos mortos pudessem levantar de seus túmulos, revitalizados por alguma força sobrenatural, andando para lá e para cá, causando alarde ou em alguns casos até matando os vivos e, quando retornassem às suas covas, estariam abertas para recebê-los”. (William of Newburgh)


Fonte:
MELTON, J. Gordon. O Livro dos Vampiros: A Enciclopédia dos Mortos-Vivos. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2003.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Almas e Corações

Quantos somos hoje os que não choram?
Em nossa fortaleza nos escondemos, firmes diante da dor.
Fiéis as nossas missões, distante de nossos desejos,
Brindamos com sorrisos e deitamos com a angústia.
Pecadores por herança, sem nem mesmo desfrutar do pecado.
Vítimas do desprazer alheio, sombras pertencentes a uma única escuridão.

Bendita a morte que se mostra amiga das almas mal curadas,
Destino certo dos corações que não choram.

Penélope Luzi


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Factory of Dreams - Whispering Eyes


“Gimme your mind
Can you feel me inside
I'll make you strive
To embrace your life
Gimme your hand
Can't you see I'm your friend
You're so lost today
I'll show you the way”

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Vampiro - Charles-Pierre Baudelaire


Tu que, como uma punhalada,
Entraste em meu coração triste;
Tu que, forte como manada
De demônios, louca surgiste,
Para no espírito humilhado
Encontrar o leito e ascendente;
- Infame a que eu estou atado
Tal como o forçado à corrente,
Como ao baralho o jogador,
Como à garrafa o borrachão,
Como aos vermes a podridão,
- Maldita sejas, como for!
Implorei ao punhal veloz
Que me concedesse a alforria,
Disse após ao veneno atroz
Que me amparasse a covardia.
Ah! pobre! o veneno e o punhal
Disseram-me de ar zombeteiro:
"Ninguém te livrará afinal
De teu maldito cativeiro.
Ah! imbecil - de teu retiro
Se te livrássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadáver de teu vampiro!"


Charles-Pierre Baudelaire


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Depeche Mode - Shake the Disease




Ps: Vou ficar uma semana sem internet, então se eu der uma “sumidinha” do blog de vocês é por esse motivo. Um beijo!

terça-feira, 26 de junho de 2012

John George Haigh – O Vampiro de Londres

“[...] Haigh não era um vampiro no sentido folclórico tradicional, nem como é retratado na moderna literatura vampírica. Era um homem perturbado cujos problemas foram expressados de forma religiosa, incluindo uma obsessão por sangue. Seu histórico de crimes se encaixa mais nos relatos de assassinos em série do que no de vampiros.” (J. G. Melton)


Em 24 de julho de 1909 nasce John George Haigh em Stamford, Lincolnshire. Mas foi em Outwood, West Yorkshire, que Haigh cresceu. Seus pais eram fanáticos religiosos, membros dos Irmãos de Plymouth (um grupo protestante fundamentalista), e por isso pregavam-lhe exageradamente a imagem de Cristo na cruz coberto de sangue.
Quando jovem, Haigh se desligou dos Irmãos de Plymouth. No entanto, por causa de sua criação, constantemente sonhava com uma floresta de cruzes que se transformavam em árvores pingando sangue e lá se sentia energizado. Ainda no sonho, aparecia um homem que coletava o sangue de uma das árvores e o entregava para que pudesse beber. Porém, antes mesmo de fazê-lo, Haigh acordava. Logo, ele concluiu que deveria beber sangue para recuperar sua vitalidade.
Haigh construiu um laboratório em sua casa, onde matava suas vitimas, drenava todo o sangue e se livrava dos corpos numa tina de ácido sulfúrico. Por tal motivo ficou conhecido também como The Acid Bath Murderer (o Assassino da Banheira de Ácido).
Ao tentar penhorar um casaco de pele de uma de suas vítimas, Haigh foi detido. Mas acreditava que não seria julgado e condenado uma vez que não havia um cadáver sequer como prova de crime. Para seu infortúnio a polícia, ao investigar seu laboratório, descobriu vários pedaços de corpos que o ácido não dissolvera.
Durante seu julgamento, Haigh confessou nove crimes, declarando que seus atos eram religiosos e que precisava do sangue das vítimas para poder viver eternamente. Condenado à morte, em 10 de agosto de 1949 foi enforcado.

Fontes:
MELTON, J. Gordon. O Livro dos Vampiros: A Enciclopédia dos Mortos-Vivos. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2003.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Ilusão


Como num bater de asas, o tempo leva para longe qualquer incerteza.
Pois o sangue estanca, a ferida cicatriza e a marca não causa dor... Não serve de alerta, com sorte uma lembrança.
O que fora dito já não importa, aceitamos aquilo que nos parece ser verdade. Assim somos, assim nos convém.
Não compreendemos em nada o sentimento alheio, na verdade apenas buscamos um pouco daquilo contido em nós.
Somos mariposas na lâmpada, tendo a ilusão como única condição.

Penélope Luzi

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A-ha - Hunting High And Low



" I'm hunting high and low
And now she's telling me she's got to go away
I'll always be hunting high and low
Hungry for you
Watch me tearing myself to pieces
Hunting high and low "

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Brumas e Chuvas – Charles-Pierre Baudelaire



Ó inverno, ó fim de outono, ó primavera em lama,
Dormidas estações! A minha alma vos ama
Por cobrirdes-me assim cérebro e coração
De sudário brumal, de tumba e de ilusão.
Nesta grande planura em que o Astro se derrama,
Noite em que o cata-vento é uma voz rouca e brama,
A minha alma, melhor que na morna estação,
Suas asas de corvo abrirá na amplidão.
Por certo ao coração, todo coisas esquálidas,
Sobre quem desce há muito o frio das nevadas,
Rainhas da atmosfera, ó estações descoradas,
Nada é mais doce que as vossas trevas tão pálidas,
Se a dois e dois por noite, após um triste ocaso,
Dormimos nossa dor por um leito de acaso.

Charles-Pierre Baudelaire

terça-feira, 19 de junho de 2012

Covers de Dean Kopri

Uma das coisas que adoro fazer quando estou à toa na internet é procurar covers de bandas ou músicas que gosto no Youtube. Como é o caso de Dean Kopri e seus maravilhosos covers do Nightwish on piano.

Confira abaixo!

- Ever Dream -


- Amaranth -


- Storytime -


Gostou?

Canal de Dean no Youtube - AQUI

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Selinho



Ganhei este selinho da querida Jaqueline do sedutor e envolvente blog Deliciosa Ilusão.

Jaque, mesmo não seguindo as regrinhas do selo, esta é minha forma de agradecer o seu carinho. Um grande beijo!

O Anjo


*Se puder aperte o play*



Estive buscando uma palavra certa a definir com precisão o que sou para você.
Eu talvez não seja a melhor escolha tua, nem a única, pois não sou capaz de fazer-te encontrar aquilo que deseja.
Não sou um destino, és livre para mudar o teu caminho, basta decidir o momento.
Posso ser o descanso de tua alma, o alívio de toda dor e nada será exigido em troca.
Minha satisfação está em poder ser teu, mas não sou uma obrigação.
És livre para mudar o teu caminho...

Penélope Luzi

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Peter Plogojowitz


Peter Plogojowitz morava em uma pequena vila na Sérvia ocupada por austríacos chamada Kisolova, área que se tornou oficialmente parte da Hungria. Kisolova ficava perto de Medvegia, onde ocorreu o caso de Arnold Paul (clique aqui).
Plogojowitz morreu aos 62 anos, em setembro de 1828. De acordo com os relatos, três dias depois de sua morte, apareceu em sua casa durante a noite, pediu comida a seu filho e saiu. Duas noites depois, retornou e pediu comida novamente, desta vez seu filho se recusou a dar e no dia seguinte foi encontrado morto. Vários moradores adoeceram e todos foram diagnosticados com excessiva perda de sangue. Alguns relataram que, durante um sonho, Plogojowitz sugava-lhes o sangue. Dias depois, nove pessoas morreram por causa da misteriosa doença.
O comandante das forças imperiais, sabendo do ocorrido, resolveu visitar a vila. Foram abertos todos os túmulos dos recém-falecidos. Ao abrir o túmulo de Plogojowitz tiveram uma surpresa, seu corpo parecia respirar e estar em transe, seus olhos estavam abertos, suas carnes intactas e coradas. E o mais intrigante, sua boca estava manchada com sangue aparentemente fresco. Logo, o comandante concluiu tratar-se de um vampiro.
O coração de Plogojowitz foi estaqueado e seu corpo queimado. Os outros corpos não apresentaram sinais de vampirismo e foram devolvidos a seus túmulos. Para proteger os mortos e os moradores, alhos foram colocados nas sepulturas.

Fonte:
MELTON, J. Gordon. O Livro dos Vampiros: A Enciclopédia dos Mortos-Vivos. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2003.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Amor - Álvares de Azevedo


Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu’alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábios beber
Os teus amores do céu!
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d’esperança!
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela,
Minh’alma, meu coração...
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento,
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!

Álvares de Azevedo

Aproveite o dia com o seu amor e seja feliz!


segunda-feira, 11 de junho de 2012

A morte vence


Imagem: Eugenio Recuenco

Virgem imaculada, pura de todo pecado, por que se despede em tão tenra idade?
O corpo petrificou, os olhos vitrificaram e a face perdeu a cor.
A secura cerrou seus lábios rosados, mas o rosto mantém-se virginal sem vestígio de movimento.
Parece repousar de um bravo duelo, adormecida, serena e angelical.
Uma dor para aqueles que a amam e contrariamente dizem-lhe adeus.
Bailarina dos anjos, agora para qual outro mundo sua alma irá?

Penélope Luzi

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Fumo - Florbela Espanca

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas;
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces plenas de carinhos!
Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu amor pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos...

Florbela Espanca – Livro de Sóror Saudade

The Sisters of Mercy -  Under the Gun

terça-feira, 5 de junho de 2012

Pergunta


Decidi fazer um post diferente com a intenção de conhecer vocês e para ter a chance de saber o que pensam sobre assuntos diversos. Pensei em fazer perguntas sobre coisas diferentes toda semana ou a cada dez dias. O que acham?
Se gostarem, ficarei muito contente em poder fazer isto mais vezes.

Um abraço meus queridos e fiquem à vontade!


Pergunta:
Você acredita que há algo após a morte? Se sim, como imagina ser?

* * *

Eu imagino duas possibilidades na verdade.
A primeira é que descansamos após a morte, desligamos de tudo e todos, ou seja, acabou. Eu nunca tive nenhuma experiência paranormal e talvez por isso pense dessa forma, apesar de adorar o assunto.
Segunda, eu não acredito em inferno ou céu, realmente não consigo. Iriamos todos para um lugar totalmente diferente de qualquer coisa que já vimos ou ouvimos falar. Um local talvez de reflexão e repouso. Nesta segunda possibilidade os fantasmas teriam chance de existir e estariam entre os vivos resolvendo assuntos pendentes. O que me lembra o filme "Gasparzinho", hauhauhau.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Saudade

As lembranças escorrem entre os dedos e já não o encontro em meus sonhos.
Como o deitar do sol numa tarde serena, assim a despedida se faz.
Luto contra o esquecimento, as memórias parecem adormecer resignadas.
Longe, aos poucos, desaparecendo aquilo que um dia foi a sua presença.
Aquela dor cedeu espaço a um tranquilo vazio inexplicável.
E hoje resta-me, como único sinal teu, a saudade.

Penélope Luzi


sexta-feira, 1 de junho de 2012

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Arnold Paul

W. Podkowinski, Cemetery. 1890–1892, pencil on paper.
Entre todas as histórias famosas de possíveis ataques de vampiros com certeza está o caso de Arnold Paul (ou Paole). Não se conhece a data exata de nascimento, mas acredita-se que ocorreu entre os primeiros anos de 1700 em Medvegia, norte de Belgrado, parte da Sérvia que até então pertencia ao Império Austríaco.
Paul serviu ao exército, voltando para sua cidade em 1727 comprou muitas terras e tornou-se agricultor. Ficou noivo e todos o conheciam como uma pessoa de bom caráter, porém de semblante triste.
Em uma conversa com sua noiva confessou que seus problemas e tristezas eram oriundos dos tempos de guerra, alegou ainda ter sido atacado por um vampiro. Paul o seguiu até o cemitério onde conseguiu matá-lo e, acreditando que se livraria das consequências do ataque, comeu um pouco de terra do túmulo do vampiro e passou o sangue do mesmo em suas feridas.
Pouco tempo depois Paul sofreu um acidente e veio a falecer, após algumas semanas de seu enterro começaram os relatos de suas aparições. Quatro pessoas que relataram ter visto Paul morreram e o medo tomou conta da comunidade. As autoridades decidiram averiguar o caso abrindo o túmulo de Paul após quarenta dias de seu enterro, dessa forma puderam constatar que seu corpo estava intacto, com aparência de recém-enterrado, perfuraram-no e o sangue jorrou. Paul foi estaqueado, decapitado e seu corpo queimado. O mesmo foi feito com as quatro pessoas que haviam morrido.

Curiosidades:
·         Paul teria gemido ao ser estaqueado.
·         Em 1731, na mesma região, houve uma segunda onda de ataques de vampiros.
·         Durante a segunda onda de ataques, foram desenterrados quarenta corpos, sendo que dezessete estavam em condições de preservação semelhantes as de Paul.


Fonte:
MELTON, J. Gordon. O Livro dos Vampiros: A Enciclopédia dos Mortos-Vivos. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda, 2003.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Filme: Perfume - A História de um Assassino

Não sou boa em fazer sinopses sem revelar coisas ou aspectos que devem ser descobertos por quem assiste. Mas posso dizer que é um lindo filme e está na minha lista de favoritos, bonito de se ver e surpreendente.

Perfume – A História de um Assassino é uma adaptação do livro Das Parfum, die Geschichte eines Mörders do escritor alemão Patrick Süskind, publicado em 1985. É um best-seller, passando do número de vinte milhões de exemplares vendidos em quarenta países. Parece que até Tim Burton cogitou transformar o livro em filme, assim como outros diretores conhecidos.
Fica então a sugestão para quem ainda não o assistiu.


Direção: Tom Tykwer
Gênero: Drama/Suspense
Nacionalidade: França/Espanha/Alemanha
Ano: 2006

Sinopse:
Paris, 1738. Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw) nasceu em um mercado de peixe, onde sua mãe (Birgit Minichmayr) trabalhava como vendedora. Ela o tinha abandonado, mas o choro de Jean-Baptiste faz com que seja descoberto pelos presentes na feira. Isto também faz com que sua mãe seja presa e condenada à morte. Entregue aos cuidados da Madame Gaillard (Sian Thomas), que explora crianças órfãs, Jean-Baptiste cresce e logo descobre que possui um dom incomum: ele é capaz de diferenciar os mais diversos odores à sua volta. Intrigado, Jean-Baptiste logo demonstra vontade de conhecer todos os odores existentes, conseguindo diferenciá-los mesmo que estejam longe do local em que está. Já adulto, ele torna-se aprendiz na perfumaria de Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman), que passa por um período de pouca clientela. Logo Jean-Baptiste supera Baldini e, criando novos perfumes, revitaliza a perfumaria. Jean-Baptiste cada vez mais se interessa em manter o odor de forma permanente, o que faz com que busque meios que possibilitem que seu sonho se torne realidade. Só que, em suas experiências, ele passa a tentar capturar o odor dos próprios seres humanos.
Sinopse: Adoro Cinema

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Beijo

Fere meu coração criminosamente e eu não sei o que esperar de teus atos.
Decide sempre o melhor aos teus interesses, descartando qualquer vontade de outrem.
É perverso sem pesar, sente apenas aquilo que convém.
Este prazer em assistir tuas intenções ácidas contaminando-me não pode fazer parte do meu destino.
Agora me beije com o mais perfeito de teus beijos e assim selaremos o nosso adeus.
Feito isto partirá para longe e jamais retornará demônio falido.

Penélope Luzi


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Invention of Love - Andrey Shushkov


Este é um lindo curta animado do russo Andrey Shushkov, criado entre 2009 e 2010 e usado como seu trabalho de conclusão de curso para a Saint-Petersburg University of Culture and Arts.
Atenção para a trilha sonora impecável!


Direção e roteiro: Andrey Shushkov
Música: Polina Sizova e Anton Melnikov
(exceto a parte que toca uma música de Chopin)
Andrey Shushkov - Site


Tenham um excelente final de semana!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Meu desejo - Álvares de Azevedo

Meu desejo? era ser a luva branca
Que essa tua gentil mãozinha aperta,
A camélia que murcha no teu seio,
O anjo que por te ver do céu deserta...
Meu desejo? era ser o sapatinho
Que teu mimoso pé no baile encerra...
A esperança que sonhas no futuro,
As saudades que tens aqui na terra...
Meu desejo? era ser o cortinado
Que não conta os mistérios de teu leito,
Era de teu colar de negra seda
Ser a cruz com que dormes sobre o peito.
Meu desejo? era ser o teu espelho
Que mais bela te vê quando deslaças
Do baile as roupas de escumilha e flores
E mira-te amoroso as nuas graças!
Meu desejo? era ser desse teu leito
De cambraia o lençol, o travesseiro
Com que velas o seio, onde repousas,
Solto o cabelo, o rosto feiticeiro...
Meu desejo? era ser a voz da terra
Que da estrela do céu ouvisse amor!
Ser o amante que sonhas, que desejas
Nas cismas encantadas de langor!

Álvares de Azevedo




segunda-feira, 21 de maio de 2012

Filhos da Noite

Nós que veneramos a escuridão, confiando nossa devoção.
Nós que contemplamos toda a magnitude de sua beleza.
Nós que viemos a este mundo com o destino de amar sua perfeição.
Nós que calamos durante o dia para contar-lhe os nossos segredos.
Nós que vestimos dela e para ela, tornando-nos um.
Nós que suplicamos pela sua presença, as horas de sua jornada.
És nossa morada, onde encontramos um pouco daquilo que chamam de felicidade.

Penélope Luzi


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Na Lista: Malice Mizer e Gackt

Esta semana separei três músicas/vídeos para postar e eu realmente não faço ideia se irão gostar.
Alguns anos atrás escutava bastante Malice Mizer (banda japonesa visual kei e goth), com o seu fim cada membro tomou um caminho diferente. Segue abaixo o vídeo Illuminati (live).


A partir de então passei a acompanhar a carreira de Gackt (que era o vocalista do Malice Mizer), apesar de gostar também do Moi dix Mois (banda do Mana). Gackt se tornou o que chamo de “camaleão” pulando de um estilo para outro, no entanto algumas de suas músicas são lindas, com letras belíssimas. Na minha opinião, claro... Segue abaixo minhas duas músicas favoritas.

Gackt - Mizerable



Gackt - Hoshi no Suna



Tenham um ótimo final de semana!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Libera me ab omni malo

A paciência abandonou meu coração, encontro-me entre tropeços e pesadelos.
Deito-me em trevas procurando algum consolo, mas nada habita aqui.
Estes olhos que me condenam jamais poderão ver além de suas próprias faltas.
Os sussurros da consciência mais valem a todos os conselhos, pois a verdade que preservamos em nosso íntimo vale todo o sacrifício.
É preciso entender que o pior castigo para o pecador está contido naquilo que reflete todo o seu erro, logo o perdão inexiste.
Que a noite faça brotar em mim um coração novo, para que eu possa viver em plena união com o meu espírito.
E que estas águas turvas possam resgatar sua limpidez.

Penélope Luzi

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Sonhos e Miragens

Aqueles sonhos jamais saíram de minha mente.
Em terras de eterna areia quente, miragens de um infinito mundo dourado.
A dançarina enigmática e seu ventre sagrado desejando contar-me algum de seus segredos.
Os olhares marcados e as vozes preservando seus mistérios atrás de mil véus.
Um oásis entregando a mim o seu tesouro e cumprindo toda promessa de esplendor.
Um mundo antigo preenchendo os meus sonhos com os seus.

Penélope Luzi




sexta-feira, 11 de maio de 2012

Na Lista - Midnight Syndicate


Midnight Syndicate - Grisly Reminder




Midnight Syndicate - The Night Beckons




Midnight Syndicate - Crimson Door
(Este dá pra assustar alguém. Incrível!)




Midnight Syndicate - Site
Midnight Syndicate - MySpace

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Crepúsculo da Tarde – Charles-Pierre Baudelaire



É doce o anoitecer, que é amigo do réu;
Como um cúmplice vem, tão veludoso; o céu
Fecha-se lentamente - ele é uma alcova enorme
E muda o homem inquieto em fera que não dorme.

Desejam-te por certo, ó suave anoitecer,
Estes que sem mentir hão de poder dizer:
Nós trabalhamos hoje! É a tarde que alivia
As almas que devora uma atroz agonia,
O sábio mais tenaz, pesada a fronte em chama,
O cansado artesão que volta à sua cama.

E demônios malsãos, nestes pardos instantes,
Acordam gravemente, como os negociantes,
E movem ao voar o postigo ou a porta.
Através dos clarões que a ventania entorta,
O deboche na rua acende lume infame,
E como um formigueiro encontra o seu forame.

Vai forçando por tudo uma escondida estrada,
Tal como um inimigo a tentar a emboscada;
Move-se pelo bairro, o que o lodo consome,
E como um verme rouba ao homem o que come.
Ouve-se em cada canto a cozinha assobiar,
O teatro estremecer, a orquestra ressonar;
Nas mesas dos cafés, sonoras de remoques,
Vão conversando as cortesãs com os escroques,

Os ladrões que mercê nem trégua alguma têm
Vão logo principiar seu trabalho também,
Docemente forças caixas fortes de bancos,
Para vestir a amante e dormir pelos bancos.

Fecha-te, coração, neste grave momento.
E os meus ouvidos cerra a este horrível lamento
Que vem dos hospitais quando as dores culminam!
Os enfermos a noite estrangula; terminam
O seu destino e vão para o abismo comum;
Vão enchendo o hospital de suspiros. Mais de um
Não virá mais buscar a sopa perfumada,
Junto ao fogão, à tarde, ao pé de uma alma amada.

Deles, a maior parte jamais conheceu,
A doçura do lar, como jamais viveu.

Baudelaire



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